O inglês começou a mundializar-se como idioma do imperialismo britânico no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Depois, tornou-se o idioma oficial do imperialismo norte-americano, principalmente após o fim da Primeira Guerra Mundial e, mais ainda, da Segunda Guerra.
No fim do século XX e início do século XXI, continua a servir a esses imperialismos, porém com outros significados, em função da decadência desses países como grandes potências e, principalmente, pela emergência de outros pólos mundiais de poder (Japão, China, etc). Podemos ver então que o inglês foi o idioma mais fortemente utilizado nos sistemas de dominação e, dessa maneira, seu caminho só poderia ser mesmo o da expansão contínua.
No entanto, num contexto de globalização, o inglês descola-se bastante de suas origens e torna-se uma espécie de jargão universal. O referido idioma é oficial ou semi-oficial em 60 diferentes países e tem uma posição de proeminência em outros 20. É o idioma da aldeia global construída pelas técnicas da eletrônica, pelos intercâmbios mercantis, pela geopolítica da Guerra Fria, pela nova ordem econômica mundial formulada pelo neoliberalismo e pelas redes da indústria cultural mundializada.
A difusão do inglês se acelerou quando as barreiras das línguas começaram a inviabilizar uma comunicação global. Assim, adotou-se uma língua que transformou os padrões vigentes de comunicação internacional. A maior parte das comunicações realiza-se nessa língua. Grande parte da produção científica, filosófica e artística também. A maior parte dos fatos sociais, econômicos, políticos e culturais são noticiados em inglês: os maiores jornais e revistas de alcance mundial da atualidade são escritos nesse idioma, que também é utilizado nas grandes redes de tv e rádio.
A mídia impressa, eletrônica e informática, bem como produtos como a música, o cinema e programas de tv representam o principal meio de pôr-se em contato com o inglês. Essa presença do inglês manifesta-se como a própria língua das mídias.
Esse tem sido não só o idioma da aldeia global, mas também da Babel global. Nessa Babel, onde convergem diversidades e desigualdades, todos se entendem e desentendem principalmente em inglês. Podem ser japoneses e russos, mas tendem a entender-se ou desentender-se principalmente nesse idioma. É o idioma do comércio, das transações, da economia.
Do intercâmbio de diferentes línguas como manifestações de diferentes culturas, tanto se produzem mutilações e repetições como recriações e transfigurações.
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