segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Koyaanisqatsi - vida fora de controle, fora de balanço.

Conseqüências e resultados da aldeia global

“A noção de aldeia global é bem uma expressão da globalidade das idéias, padrões e valores sócio-culturais, imaginários.” (Octavio Ianni)

Através da discussão levantada por Ianni no cap. 6 de “Teorias da globalização”, pode-se perceber algumas transformações que a sociedade mundial vem sofrendo. Com o avanço das tecnologias, a mídia eletrônica é capaz de prevalecer como um poderoso instrumento de comunicação, informação, compreensão, explicação e imaginação sobre o que transita pelo mundo.

Com isso, os meios de comunicação rompem fronteiras religiosas,culturais, políticas, econômicas, o que faz com que o mundo venha caminhando para se tornar, o que foi chamado por Marshall McLuhan, de aldeia global.

Pode-se dizer então, que está em processo de formação uma cultura de massa mundial, haja visto a facilidade de difusão de culturas regionais, produções locais como músicas, filmes obras literárias e etc, que são vistos como signos mundiais ou da mundialização, pois são propagados para todo o mundo de modo que haja uma interação entre os mais diversos povos independentemente de suas peculiaridades, assim surgindo uma cultura integral caracterizada por ser mais completa devido a aproximação realizada através da aldeia global.

Como conseqüência desta transição de uma cultura fragmentada para uma cultura integral, todos os seres humanos hoje, vivem numa angústia crítica, onde às vezes não é possível um indivíduo se encontrar, já que muitas fronteiras estão sendo rompidas.

Um resultado desse conceito de aldeia global é a idéia de que a tecnologia seria uma extensão do nosso corpo(de acordo com McLuhan). Com a virtualização e a globalização de tudo no mundo, cada indivíduo enquadraria seu modo de ser através dos signos espalhados pela aldeia global. Neste mesmo âmbito não ficariam de fora as questões políticas, econômicas além obviamente das sociais.

Inglês: o idioma da aldeia global

O inglês começou a mundializar-se como idioma do imperialismo britânico no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Depois, tornou-se o idioma oficial do imperialismo norte-americano, principalmente após o fim da Primeira Guerra Mundial e, mais ainda, da Segunda Guerra.


No fim do século XX e início do século XXI, continua a servir a esses imperialismos, porém com outros significados, em função da decadência desses países como grandes potências e, principalmente, pela emergência de outros pólos mundiais de poder (Japão, China, etc). Podemos ver então que o inglês foi o idioma mais fortemente utilizado nos sistemas de dominação e, dessa maneira, seu caminho só poderia ser mesmo o da expansão contínua.


No entanto, num contexto de globalização, o inglês descola-se bastante de suas origens e torna-se uma espécie de jargão universal. O referido idioma é oficial ou semi-oficial em 60 diferentes países e tem uma posição de proeminência em outros 20. É o idioma da aldeia global construída pelas técnicas da eletrônica, pelos intercâmbios mercantis, pela geopolítica da Guerra Fria, pela nova ordem econômica mundial formulada pelo neoliberalismo e pelas redes da indústria cultural mundializada.


A difusão do inglês se acelerou quando as barreiras das línguas começaram a inviabilizar uma comunicação global. Assim, adotou-se uma língua que transformou os padrões vigentes de comunicação internacional. A maior parte das comunicações realiza-se nessa língua. Grande parte da produção científica, filosófica e artística também. A maior parte dos fatos sociais, econômicos, políticos e culturais são noticiados em inglês: os maiores jornais e revistas de alcance mundial da atualidade são escritos nesse idioma, que também é utilizado nas grandes redes de tv e rádio.


A mídia impressa, eletrônica e informática, bem como produtos como a música, o cinema e programas de tv representam o principal meio de pôr-se em contato com o inglês. Essa presença do inglês manifesta-se como a própria língua das mídias.


Esse tem sido não só o idioma da aldeia global, mas também da Babel global. Nessa Babel, onde convergem diversidades e desigualdades, todos se entendem e desentendem principalmente em inglês. Podem ser japoneses e russos, mas tendem a entender-se ou desentender-se principalmente nesse idioma. É o idioma do comércio, das transações, da economia.


Do intercâmbio de diferentes línguas como manifestações de diferentes culturas, tanto se produzem mutilações e repetições como recriações e transfigurações. Portanto, a universalização do inglês não significa a homogeneização dos modos de falar, escrever e pensar, ou ser, agir, sentir, imaginar. As diversas formas de organizar a vida, as heranças e tradições, os trabalhos e os dias continuarão a produzir e a desenvolver as diversidades e as polifonias.

domingo, 30 de novembro de 2008

O papel das mídias eletrônicas no desenvolvimento da aldeia global

No âmbito da aldeia global a mídia e a sua grande rede - a publicidade, a televisão, os jornais, o rádio, a internet- somada a recursos como fax e computador; exerce um papel primordial: ultrapassa fronteiras, culturas, idiomas, religiões; agiliza os mercados; generaliza o consumo. Prevalece como poderosa ferramenta de comunicação, informação, compreensão, explicação e imaginação do que se passa em todo mundo e promove o redimensionamento do tempo e do espaço, as distâncias foram eclipsadas pelo desenvolvimento e proliferação de redes de comunicação eletrônica.


Regiões e nações são atravessadas e articuladas por sistemas de comunicação e informação agilizados pela eletrônica. Na aldeia global, empacotam-se as informações, além, das mercadorias convencionas. Estas são produzidas e comercializadas em escala global, sendo, também consumidas como mercadorias. Em outros tempos os mercados estrangeiros eram invadidos com mercadorias, hoje em dia, as culturas são invadidas com pacotes de informação, entretenimento e idéias.


Segundo Ianni, na aldeia global a mídia eletrônica desempenha o papel de intelectual orgânico, na concepção de Gramsci é o agente da vontade coletiva transformadora, dos centros mundias de poder, dos grupos dirigentes, das classes dominantes.


Mesmo que ela seja midiatizada, influenciada, questionada ou assimilada em âmbito local, nacional ou regional, aos poucos a mídia adquire o caráter de singular e insólito intelectual orgânico, articulado às organizações e empresas transnacionais predominantes nas estruturas de dominação política e econômica mundiais. Mas a mídia global não é monolítica, ela é influenciada por injunções locais, nacionais e regionais, bem como por divergências políticas, culturais, religiosas e outras. Compõe-se de empresas, corporações e conglomerados competindo nos mercados, disputando clientes, audiências, públicos e extratos sociais. Sob esse aspecto ela expressa muito do que vai pelo mundo na onda de integração e fragmentação, das diversidades e desigualdades, dos conflitos e acomodações.

Ao mesmo tempo, no entanto, uma parte da mídia trabalha em consonância com centros de poder de alcance mundial. Está acoplada às organizações e empresas transnacionais, por exemplo, a Walt Disney é uma supergigante no setor, ela é proprietária da rede ABC de televisão, da Walt Disney Pictures, mantém negócios de vídeo, uma sociedade com três telefônicas regionais, etc. A japonesa Sony é proprietária da Columbia Pictures, da Tristar Pictures e de uma produtora de vídeo.

Na aldeia global tudo tende a se tornar representação, realidade pasteurizada, simulacro virtual, como em um espetáculo. O mundo que é passado na mídia tem muito de um mundo virtual, que existe abstrato por si em si. Tudo se globaliza e virtualiza, como se as coisas, as pessoas e as idéias se transfigurassem pela eletrônica. Toda realidade, segundo Ianni, mais ou menos complexa, problemática ou não, sempre se traduz em representação, imagens, metáforas etc. Nesse sentido, a mídia adquire e expande sua influência no imaginário de muitos. Ela detém o controle sobre o modo pelo qual os fatos importantes ou não, regionais ou mundiais, reais ou imaginários se difundem pelo mundo. Pode mudar do real para virtual, como do virtual para o real.

Ë evidente que o tecido da aldeia global tem sido mercado, já que tudo se comercializa, tudo se transforma em mercadoria, tudo tende a ser mercantilizado, produzido e consumido como mercadoria. Mas, ao mesmo tempo, na base da aldeia global está a informatização, estão as técnicas eletrônicas compondo uma máquina universal que opera múltiplas mensagens e está presente em todos os lugares. E para operar essas tecnologias sobressai uma categoria específica de intelectual, são eles que pensam os meios e modos de operação do todo e de suas partes, colaborando para que se articulem dinamicamente , de modo a constituir a aldeia como sistema global. Eles operam as tecnologias da inteligência, cada vez mais indispensáveis, quando se trata de desenhar, tecer, colorir, sonorizar e movimentar a aldeia global, traduzindo as configurações e os movimentos da sociedade mundial.

E se a Internet acabasse??

"A internet faz parte da sua vida?"
entrevistas realizadas em Portugal, abordando a influência da rede na vida de todos, a necessidade e utilidade dela.

A globalização de todos os lados

Encontro com Milton Santos

o geógrafo fala sobre globalização: